quarta-feira, 16 de abril de 2008
O Chevrolet Vectra GT foi lançado em setembro de 2007 e, até o final de fevereiro último, teve cerca de 5.300 unidades vendidas em todo o Brasil, segundo dados da associação dos distribuidores. Não é muito, caso se considere a frota e o tamanho do país. Por isso, o modelo ainda atrai olhares por onde passa.Carros rádicais ouviu até um "Olha que Vectra loco, meu!" enquanto o fotografava num parque perto de Jundiaí (SP).
Por ostentar o apelido GT (padrão mundial para "Gran Touring"), que normalmente designa um carro esportivo, o novo Vectra criou muita expectativa quanto a seu desempenho. Isso, apesar de ele ter como correspondentes europeu e norte-americano o Opel Astra e o Saturn Astra, carros de passeio convencionais, e derivar de um já veterano sedã nacional de "tiozão".
Certamente há razões para a General Motors posicionar o Vectra GT numa espécie de nicho dentro dos hatches médios. Uma delas é enfrentar o Volkswagen Golf e o Fiat Stilo, ambos associados a um certo grau de esportividade (até o Fiat Punto é um inimigo perigoso, devido ao fator novidade). Outra razão é não canibalizar o Astra, que pôde ficar mais barato que seu "primo" recém-chegado. Em busca da verdadeira vocação do Vectra GT, Carros rádicais rodou 1.000 quilômetros com um exemplar de transmissão manual (que vende mais), cujo valor parte de R$ 60.590.
Verdade seja dita: o visual do carro é agressivo. Sua dianteira é idêntica à do sedã, mas recebeu um toque engenhoso: o conjunto óptico foi escurecido, espantando a mansidão da versão três volumes. A traseira, igual à dos modelos lá de fora, parece a de um Peugeot 307 que tenha se armado para uma briga de rua.
Certinho
Isso é por fora. Por dentro, o Vectra GT é conservador. O acabamento é correto: tudo se encaixa bem, os materiais são agradáveis ao olhar e ao toque. Mas há inadequações aos dias atuais, como a escassez de porta-objetos. Não há onde alojar um celular de modo conveniente. O único porta-copos, na tampa do porta-luvas, é raso demais.
No exemplar testado, um espaço sobre o rádio era o único local para colocar coisas que devam ficar ao alcance da mão direita do motorista. Mas, como o console do Vectra GT é inclinado para dentro (o que, aliás, dificulta o acesso aos comandos do ar-condicionado e do rádio), o conteúdo do dito espaço saltava longe a cada arrancada ou freada mais forte, ou mesmo em aclives. Um isqueiro foi parar sob o trilho do banco do passageiro, de onde só saiu após muita luta. E uma caneta simplesmente não foi encontrada. Ficou de brinde para a GM.
Mas há méritos no interior do carro e nos equipamentos, alguns deles não disponíveis de série no GT. O ar-condicionado digital, por exemplo, é eficiente e facílimo de usar. O desembaçamento do pára-brisa é comandado por uma tecla específica, e ocorre rapidamente. O sensor de chuva (opcional) funciona ao menor sinal de garoa, ao contrário de carros mais caros testados aqui -- e o retrovisor interno tem sensor de luminosidade para ativar o anti-reflexo.
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